terça-feira, 15 de novembro de 2016

O teatro do absurdo




O teatro do absurdo é um movimento artístico-cultural, espécie de gênero teatral, que descende, por assim dizer, do Surrealismo, o Antiteatro com influências do Expressionismo. Surgiu no começo da década de 1950 na França. O nome, dado em 1961 pelo crítico teatral húngaro Martin Esslin, é uma referência aos temas absurdos (fora da realidade) tratados nas peças deste gênero.
Esse tipo de teatro tem como principais características a linearidade de suas histórias, não é como um drama que tem seu clímax e nem como a comédia que é cheia de nuances Utiliza para a criação do enredo, das personagens e do diálogo elementos chocantes e ilógicos, com o objetivo de reproduzir diretamente o desativo e a falta de soluções em que estão imersos o homem e a sociedade.
Muito incompreendido esse tipo de teatro já foi considerado um sub-teatro por aqueles que não o entendem, mas estamos falando de textos que trazem de uma forma que se não fosse cômica seria trágica, ou visse verça a tragédia da vida humana.
Os principais autores de Teatro de absurdo são:

-Samuel Becket: o principal representante do teatro do absurdo. Escritor e dramaturgo irlandês é autor da famosa peça teatral Esperando Godot (1953).

-Eugène Iones: coescritor e dramaturgo romeno, autor de Vítima do dever (1953), O improviso da alma (1956) e Cena a quatro (1959).

Arthur Adamov – dramaturgo francês, autor das peças A invasão (1950) e A Paródia (1947).

Fernando Arrabal – escritor, dramaturgo e cineasta espanhol. Autor das peças Guernica(1959), A bicicleta do condenado (1959) e O grande cerimonial (1963).


Aqui vamos falar especificamente sobre uma obra de Samuel Becket, “Procurando Godot”


Sobre o autor



Vindo de uma família burguesa protestante, Becket foi um dos

Fundadores do teatro do absurdo e é considerado um dos principais

Autores do século 20. Fixou residência em Paris e escreveu a sua primeira novela,

“Dream of Fair to Middling Women”, que seria publicada somente depois

De sua morte. Durante sua vinculação à Resistência Francesa no período da Segunda

Guerra Mundial, em 1942 foi obrigado a fugir para Vichy, onde escreveu

parte da novela “Watt”. Entre 1951 e 1953 escreveu uma trilogia “Molloy”, "Malone Morre" e

“L’'Innommable”, cujo tema é a solidão do homem. Com "Esperando

Godot", Beckett iniciou, ao mesmo tempo que Ionesco, o teatro do

Absurdo. Posteriormente ainda escreveu, além de algumas obras narrativas,

Diversas peças teatrais, como “Fim de Festa”, “Ato sem Palavras” e "Os

Dias Felizes". Em 1969, Beckett ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Durante a vida

Escreveu poemas e textos em prosa, como romances, novelas, contos e

Ensaios, além de textos para o teatro, o cinema, o rádio e a televisão.



Procurando Godot





En attendant Godot ou Waiting for Godot, em inglês (À Espera de Godot em

Portugal; Esperando Godot no Brasil

Irlandês Samuel Beckett (1906-1989). Escrita originalmente em francês, foi publicada pela

Primeira vez em 1952 e apresentada no pequeno Théâtre Babylone em Paris, com direção

De Roger Blin (1907-1984). O Brasil foi o segundo país a ter uma montagem deste texto,

Com a direção de Alfredo Mesquita, em 1955. Beckett escreveu a peça em 1949 e só veio a publicá-la no ano de 1952, em francês.

Em 1955 Beckett realizou sua versão inglesa. Personagens da peça:

-Vladimir

-Estragon

-Pozzo

-Lucky

-Um garoto

A peça é dividida em dois atos. Nos dois atos, inicialmente contracenam dois

personagens: Vladimir (Didi) e Estragon (Gogo). Durante cada um dos atos, que são bem

Semelhantes, surgem dois novos personagens: Pozzo e Lucky. Além destes, entra em

Cena no final de cada ato um garoto.
 A rubrica inicial define: Estrada, árvore, à noite (Route à la campagne, avec arbre. Soir).                       

Resultado de imagem para esperando godot peça

Em cena Estragon e Vladimir. Aparentemente esperam um sujeito de nome Godot. Nada é

Esclarecido a respeito de quem é Godot ou o que eles desejam dele. Os dois iniciam longo

Diálogo, só interrompido quando da entrada de Pozzo e Lucky. Lucky carrega uma pesada

Mala que não larga um só instante. O segundo ato desenvolve a mesma dinâmica. O

Cenário é o mesmo, apenas a árvore está um pouco diferente, agora com algumas folhas.

Estragon e Vladimir iniciam sua jornada na espera de Godot. Surgem novamente Pozzo e

Lucky. Pozzo está cego e Lucky mudo. Após a partida destes, aparece novamente um

garoto anunciando novamente que Godot não virá, talvez amanhã. O diálogo final, que

encerra o ato e a peça é o seguinte:

Vladimir: Então, devemos partir? 

Estragon: Sim, vamos.

Eles não se movem.


Intertextualidade


O tearo do absurdo é um tipo de texto difícil de ser comparado com outros, não se parece com a comédia por ser linear e não ter as nuances necessárias e não se parece com a tragédia por não ter a famosa saga do herói; na verdade nesse texto não temos nem um herói.
Em "Esperando Godot" podemos ver muito bem isso; temos dois homens esperando alguém que nem sabem como é e nem sabe se virá. Apesar do autor negar muitos críticos dizem que Godot na verdade é Deus, porém podemos ter muitas interpretações sobre esse texto, podemos comparar Godot a felicidade por exemplo, ou até mesmo algo que você esteja esperando mais não sai do lugar para conseguir. A relação entre Lucky e Pozzo também pode ser levada em consideração, quantas vezes já nos subordinamos a alguém ou a alguma coisa que nos achamos que esta nós fazendo um favor? Ou o oposto, quantas vezes já colocamos o outro em posição inferior a nossa achando que nos estamos lhe fazendo um favor? A própria espera dos dois, a incapacidade deles de se separarem, de saírem dali, de até se matarem, isso tudo pode ser comparada a mesmice do nosso dia a dia, fazemos coisas que não sabemos porque estamos fazendo, e quando acontece algo de novo, não damos bola, não temos coragem de nós mexer para ver se algo novo acontece. E é nisso que "Esperando Godot" se conecta com a tragédia, essa peça mostra o drama da vida humana.
Essa peça pode ser comparada também a tragicomédia, que é um tipo de texto que de tão trágico é cômico. Dizem que quem inventou esse termo foi Plauto em uma peça chada " O Anfitrião", onde o prólogo diz :
“Primeiro vou dizer aquilo que vos vim dizer; depois vou revelar o argumento desta tragédia. Por que é que franziste o sobrolho? Por ter dito que seria uma tragédia? Sou deus, de modo que, se quereis, posso mudar já isto; farei que de tragédia passe a comédia, e exatamente com os mesmos versos. Quereis que sim ou que não? Mas que bobagem, eu que sou deus, estar sem saber o que vós quereis; conheço perfeitamente vossa opinião sobre o assunto. O que eu vou fazer é que seja uma peça mista, uma tragicomédia, porque não me parece adequado que tenha um tom contínuo de comédia a peça em que aparecem reis e deuses. E então, como também entra nela um escravo, farei que seja, como já disse, uma tragicomédia.”

Grupo: Alice Gotelip, Bruna Assis, Hugo França e Mariana Almeida

0 comentários:

Postar um comentário