Sinopse e ficha técnica
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Enredo
A narrativa é construída através do gênero de autoficção, e por isso o autor usa de fatos que realmente aconteceram, e outros que foram criados por ele. O livro foi lançado em 2014, escrito pelo cantor e compositor Chico Buarque
O livro retrata a intensa busca de Ciccio (Chico Buarque) por um irmão até então desconhecido. O adolescente Ciccio encontra em um dos livros do pai, Sérgio Buarque de Holanda, tratado no livro como Sérgio de Hollander; a carta fazia referência ao irmão misterioso, de descendência alemã. O pai passou parte de sua vida na Alemanha, e lá construiu laços com uma mulher, chamada Anne Ernst, que resultaram no nascimento de Sergio Ernst.
O pai de Ciccio é retratado no livro como um homem intelectual, que possui uma biblioteca vasta de livros; a mãe, Assunta, é uma mulher de descendência italiana, dedicada à família, e que fica responsável por organizar a biblioteca de seu marido.
Em meio a uma adolescência conturbada, composta por porres, roubos de carros e atitudes nem sempre lícitas, Ciccio se aventura numa intensa busca por seu irmão alemão, arriscando muitas vezes até a relação com o pai, que já não era das melhores.
Mimmo, irmão mais velho de Ciccio, é um clássico galanteador, que vive rodeado de mulheres. Apesar de Ciccio ser muito interessado por livros, como o pai, se mostra magoado por não receber dele a mesma atenção que o mesmo dá a Mimmo.
E assim a história se desenvolve entre ficção e realidade, mostrando Ciccio preocupado com a existência do irmão alemão, e demonstrando um grande interesse em conhecê-lo.
Verdades e mentiras do livro
- Chico Buarque realmente teve um irmão alemão;
- Sérgio Buarque morou em Berlim nos anos 1929 e 1930, onde foi correspondente de O Jornal, órgão do Diários Associados. Nessa época, teve uma relação com Annie Ernst;
- Sergio Günther, o irmão alemão, nasceu em 21 de dezembro de 1930, e Sérgio Buarque já tinha regressado ao Brasil;
- Chico Buarque descobriu que tinha um irmão alemão em um encontro que teve com os artistas e poetas Manuel Bandeira, Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Chico conhecia Manuel desde pequeno, e, nesse encontro, Bandeira mencionou um filho alemão de Sérgio.
- O irmão Mimmo, citado no livro, não existe.
- Sergio Günther foi jornalista, como o pai, e em parte músico como o meio irmão brasileiro, já que cantava por hobby;
- Chico Buarque realmente roubava carros por diversão, como citado no livro.
Chico Buarque e seu irmão alemão Sergio Günther |
Sobre o Autor
Francisco
Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico Buarque (Rio de
Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. É conhecido por ser um dos
maiores nomes da música popular brasileira (MPB). Sua discografia conta com
aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros
músicos e compactos.
Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Cesário Alvim, escreveu seu primeiro conto aos
18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu
primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. O cantor se exilou na
Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados "anos de
chumbo",
tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica
política e na luta pela democratização no país. Na carreira literária, foi
vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do
Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite
Derramado,
em 2010.
Link para biografia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque
Características da autoficção
- Pacto paradoxal com leitor: contraditório, poisrompe com princípio de veracidade (pacto
autobiográfico), sem aderir integralmente ao
princípio de invenção (pacto romanesco/ficcional);
- mesclam-se os dois: contrato de leitura marcado por ambiguidade em uma narrativa intersticial (limítrofe);
- pacto do romance autobiográfico é fantasmático: autor sem intenção de se revelar, só encontrado recorrendo à extratextualidade (O Ateneu, de Raul Pompeia, de 1888: intenção que fosse lido como romance);
- autoficção: romance pode simular ser autobiografia ou camuflar relato autobiográfico sob denominação de romance;
-da dissimulação e do ocultamento do romance autobiográfico passa-se à simulação e à aparência de transparência da autoficção;
.autoficção como neologismo criado por Serge Doubrovsky:
- o movimento da autobiografia é da vida para o texto, e da autoficção, do texto para a vida;
- na autobiografia, narrador-protagonista é alguém famoso, que desperta interesse e curiosidade no público-leitor;
- na autoficção, autor pode chamar atenção para sua biografia pelo texto ficcional, mas é o texto
literário que está em primeiro plano.
Grupo
Guilherme Lamas
Gustavo Resende
Lucas Galhardo
Paula Breviglieri
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