Ambos os autores trabalham com a criação de uma atmosfera que cause alguma sensação no leitor: no caso de Borges, uma sensação de suspense, já que se trata de uma história policial “às avessas”, (onde não acontece primeiro um crime para que haja uma investigação e a resolução daquele, mas sim uma investigação e no final é que ocorre um crime); e no caso de Poe, uma atmosfera de angústia, que vai criando todo um enredo sem, no entanto, entregar “o ouro”, por assim dizer, ao leitor. É um ponto que se distancia a Borges, cuja resposta a todo mistério que envolvia o jardim consegue ser decifrada no fim.
O Maelstrom é um pedaço de mar tenebroso que engole qualquer coisa. Todo ser que entra no funil do redemoinho experimenta uma outra noção de tempo, onde suspendem as regularidades do tempo, do espaço e da racionalidade, assim como no labirinto de Borges, onde existe um outro tempo em cabem inúmeras possibilidades, passados e futuros. Ambos os personagens principais dos contos, quando absortos em suas jornadas, sentem-se diferentes, talvez serenos e tranquilos, conformados. Yu Tsun, o espião em Borges, absorto em imagens ilusórias, esqueceu seu destino de perseguido e durante um tempo se sentiu conhecedor abstrato do mundo. O pescador norueguês em Poe, quando se encontrava nas fauces do abismo, se sentiu com mais sangue frio do quando estava se aproximando dele. A ideia é que, quando a esperança parece perdida, pelo contrário, quando o esclarecimento pessoal se estabelece, o indivíduo consegue dominar grande parte do terror que o acovardava a princípio e enxergar as coisas com muito mais lucidez.
Grupo: Carolina Doro, Carlos Fellippe, Everton Marin, João Guilherme e Vivian Armond.
0 comentários:
Postar um comentário