Pensar a história do gênero Épico ou Narrativo é procurar no passado sobre todas a mudanças no cenário literário e chegar até a Grécia Antiga. Era neste momento que a divisão dos três gênero literários era formada: gênero épico, gênero lírico e gênero dramático. Até então, o gênero épico era entendido como aquele em que havia algum tipo de narrativa mais extensa e que discorriam sobre grandes histórias e feitos de heróis. Com uma linguagem elaborada tais acontecimentos acabavam imortalizados através dessas narrações. Muitas vezes com a ajuda do mitológico e do fantasioso as narrativas algumas vezes foram construídas em versos.
Com o passar do tempo as narrativas em formato de proza foram tomando lugar á frente dos poemas épicos, até este último cair em desuso em prol do ápice do romance. Tendo ao longo da história o gênero narrativo criando ramificações, como se fossem subgêneros. Seriam estes o romance, a novela, o conto, a epopeia, a fábula , o ensaio e a crônica.
Tenda em vista os dois contos em questão, “Uma Descida no Maelström” de Edgar Allan Poe e “O jardim de caminhos que se bifurcam” de Jorge Luis Borges, podemos dizer que muitas vezes esse gênero é confundido com a crônica, entretanto se trata de uma narrativa curta, bem mais breve que o comum. O tempo da história é reduzido e contém poucos personagens, sendo todos eles pertencentes à um núcleo. O conto é característico em ser um relato de algum fato que aconteceu com algum personagem, mas nem sempre é algo que ocorreu com todo mundo da história. Esse relato pode ter aspecto real ou fantástico como também pode ter um tempo cronológico ou psicológico, tudo em prol da narrativa. Ao pensarmos nas questões da modernidade, ambas as obras nos trazem conteúdo e relações diretas com a busca pelo novo. A utilização de metáforas e aplicação de estilos e maneiras do correr do tempo nessas narrativas constroem um universo de significados e agrega valor aos contos.
Borges por exemplo, ao desconstruir o tempo linear em sua obra e utiliza dessas ferramentas como metáfora e afins que são características da modernidade e da pós-modernidade. Toda a construção de um sistema próprio de tempo, onde existem vários tempos dentro de outros tempos nos remete a questões como a do labirinto. Aquele que está imerso num determinado contexto não conseguiria enumerar o que é contemporâneo por não saber ser justo e sábio sobre o universo em sua volta e sobre o seu tempo. O intempestivo sim é o contemporâneo. Aquele que não se adequa ao seu próprio tempo, que se parece distante e fora da bolha. Enquanto divaga pelas bifurcações que o conduzem até Stephen Albert, Yu Tsun imagina um labirinto de labirintos, “um sinuoso labirinto crescente que abarcasse o passado e o futuro e que envolvesse, de algum modo, os astros. Absorto nessas imagens ilusórias, esqueci meu destino de perseguido. Senti-me, por um tempo indeterminado, conhecedor abstracto do mundo.” Como se houvesse um tempo próprio do personagem.
Já ao falarmos de Edgar Poe, em sua obra a jornada do personagem principal e a percepção do tempo pelo mesmo nos remete metaforicamente aos ideias de moderno. Para se ter melhor noção de seu conflito, o pescador tenta perceber um certa ordem no caos, onde conclui que para se salvar deveria pular do barco, após isso, quando finalmente é salvo e constata que o tempo passou de maneira "repentina" o escritor toca na mesma tecla. São esses elementos que fazem da obra de Poe um conto fantasioso e que agrega valores do mundo real de maneira ficcional criando sentindo e questionamentos em suas metáforas. Em ambas as obras, o tempo constrói paradigma e estabelece sentido nas narrativas.
Grupo: Caique Cahon - Ana Carolina Rezende - Gustavo Furtuoso
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